Como melhorar a etapa de secagem e cura das ervas, saiba a umidade ideal e identifique fumo mal curado

O processo de secagem de ervas e cura é uma das etapas mais importantes do cultivo. São ações diferentes: a secagem é quando a umidade presente no ramo colhido é evaporada, começando das partes mais externas e por último internamente ao broto. O processo de cura de ervas elimina a aspereza no sabor e no aroma do produto final, além de melhorar a potência dos princípios ativos da planta. 

Umidade ideal para secagem de ervas

Para potencializar o processo de secagem de ervas, o ambiente é crucial. Após a colheita e desbaste das plantas, as mesmas podem ser colocadas para secar inteiras, penduradas de cabeça para baixo, ou com os buds já cortados, distribuídos em redes de secagem ou prateleiras empilháveis. Ambas as etapas devem ser feitas em ambiente escuro, com boa ventilação (não diretamente nas plantas), com baixa umidade (máximo de 60%) que, se puder ser controlada, deve ficar entre 45 e 50% para permitir uma secagem lenta e uniforme.

Não devem ser usados aquecedores, estufas ou mesmo o sol para acelerar o processo de secagem, pois o calor excessivo faz com que se percam as propriedades buscadas nas plantas. 

Como fazer a cura perfeita?

Já para a cura, processo que intensifica odores e sabores, além de potencializar os princípios ativos das plantas já secas devido à constante mudança que sofrem com o tempo, se tornando mais intensos os seus efeitos, as plantas devem ser cortadas em botões florais e colocadas, sem pressionar, em potes de vidro violeta ou escuro, hermeticamente fechados.

Durante cerca de 15 dias os potes devem ser abertos e chacoalhados diariamente ao menos uma vez para que sejam ventilados e haja troca de ar, que deve permanecer em 62% de umidade dentro do vidro. É altamente recomendável o uso de algum sachê retentor de umidade (boveda), que pode ser colocado junto à colheita durante todo o processo. Isso ajuda a manter a umidade controlada.

Após esse período, os vidros podem permanecer fechados por tempo indeterminado e a planta já está curada, podendo ser consumida após pelo menos 30 dias. 

Dica: Quanto mais tempo puder aguardar antes de consumir, melhor. Algumas variedades de plantas necessitam de mais tempo de cura que outras. Por isso é bom conhecer os dados sobre as espécies escolhidas para cultivo.

Alguns growers relatam prazos de cura de até um ano com êxito. Outros acreditam que seis meses é o prazo ideal para que seja consumida a erva antes de começar a “ficar velha”.

Como identificar ervas mal curadas?

Saber se as plantas estão mal curadas envolve atenção aos sentidos. Detecta-se pelo odor, sabor e aparência, já que ervas mal curadas não cheiram bem, podem conter mofo e ter gosto amargo ou ruim. Também tem o processo de transformação da clorofila em amônia muito intenso, não controlado, e por isso podem cheirar a amoníaco, o que demonstra que são velhas ou não foram bem curadas.

Caso a planta tenha sofrido processos equivocados de secagem e cura, dificilmente será possível recuperá-la. Geralmente transforma-se em extrato o que sobrou de bom da planta (princípios ativos) e descarta-se o que já está estragado (parte vegetal). Pode-se adicionar odor e sabor colocando terpenos extraídos de outros vegetais, ou mesmo de outras plantas, porém isso não vai fazer voltar a potência já perdida dos princípios ativos.

O principal benefício de plantas com boa cura e secagem é o aproveitamento máximo em termos de sabor, odor e potência. A preservação de todas as suas propriedades, que no campo medicinal se torna extremamente importante, evita que sejam consumidos subprodutos químicos oriundos de uma má manipulação do cultivo.