Como melhorar a etapa de secagem e cura das ervas

 Em Dicas de Cultivo

Muitos cultivadores já se perguntaram, ao menos uma vez, como guiar os processos de cura e secagem das plantas que sejam realmente eficientes e de baixo risco, afinal, todo o tempo e recurso gastos durante os meses de cultivo não podem ir por água abaixo após tanto empenho e cuidado. Toda a atenção dispensada ao cultivo durante o período vegetativo e a floração só tem resultado efetivo se os processos de cura e secagem das plantas for eficiente.

Estas são duas etapas muito importantes em todo o ciclo do cultivo, mas na maioria das vezes são minimizadas pelos cultivadores. A secagem das ervas não deve ser confundida com a cura, já que são dois processos nitidamente diferentes: A secagem é quando a umidade presente no ramo colhido é evaporada, começando das partes mais externas e por último internamente ao broto. Este processo reduz a umidade presente na planta de 75% até níveis em torno de 10 ou 15%.

Já a cura das ervas é certamente o processo mais demorado em comparação à todas as outras fases do cultivo. Certos tipos de ervas podem levar meses para alcançar o estágio certo de maturação e isso ocorre devido às importantes reações metabólicas que continuam em curso nos tecidos da planta mesmo após esta ter sido cortada. Isso pode fazer toda a diferença no sabor ao final da colheita.

Secagem

Após ter cortado sua planta no momento exato da colheita, a primeira coisa a se fazer é remover as folhas excedentes, deixando apenas flores e talos. Muita gente pensa que pendurar a planta de ponta-cabeça vai aumentar a produção dos princípios ativos, mas isso não passa de um mito. A única vantagem está na facilidade em secar as plantas desta forma, já que os próprios galhos formam um encaixe em “V”, o que facilita para pendurar.

Durante os primeiros três dias mantenha as plantas secando em local seco (muito importante), escuro e à temperatura em torno de 20 C°, após esse período a temperatura pode ser reduzida para 17 – 18 C°. O tempo total da secagem varia de 7 a 14 dias, dependendo do tamanho das plantas. No caso de plantas grandes, convém separar o caule em uma ou mais partes para melhorar a circulação de ar entre os ramos.  É importante que o ar se mova livremente ao redor da planta, mas não permita uma corrente de ar diretamente sobre as flores, isso irá acelerar a secagem e fazer com que se percam compostos importantes. Uma outra opção é a utilização de redes de secagem ou prateleiras empilháveis, dos tipos que fiquem dentro da estufa, pois facilitam a circulação de ar por possuírem uma grande área para distribuição das flores.

A secagem lenta é a melhor opção, mas em muitos locais o clima pode não ser tão favorável. No caso de muitas regiões onde a umidade relativa do ar é elevada, a ocorrência de fungos pode ser um grande problema para o cultivador. Algumas dicas podem minimizar esse risco:

  • Seque as ervas em um local com paredes de madeira. O cedro por exemplo, absorve bastante umidade;
  • É possível usar um aquecedor e um ventilador pequenos para mover o ar durante a secagem. É muito importante manter o ar que circunda as flores o mais seco possível;
  • Em períodos chuvosos pode-se colocar recipientes contendo sílica gel para absorver a umidade.

Após cerca de duas semanas, as ervas estarão levemente crocantes ao toque. Este é o momento para iniciar o processo de cura.

Cura

O processo de cura de ervas elimina a aspereza no sabor e no aroma do produto final, além de melhorar a potência dos princípios ativos da planta. Quando os ramos/caule são cortados da planta viva, eles contêm uma grande quantidade de umidade, clorofila, açúcares e amido. Durante o processo de cura, os açúcares e o amido são convertidos pela planta em outras moléculas, resultando no aumento dos princípios ativos finais. A clorofila, responsável pelo sabor amargo e desagradável de ervas mal curadas, é degradada e desaparece ao longo do processo. Além disso, o teor de umidade é reduzido e o pouco que resta é distribuído uniformemente por todas as partes das plantas.

A cura das ervas é feita em ambientes com a máxima ausência de ar. Para tanto, tenha em mãos potes de vidro com tampa bem fechada, de preferência com vedação emborrachada. O melhor são frascos de vidro com tampas de dois estágios, que criam um vácuo parcial. Isso é importante pois garante a qualidade das ervas por mais tempo, já que a maioria dos princípios ativos vegetais são degradados na presença do ar. Encha os frascos com suas ervas mas permita algum espaço interno. Não aperte os ramos para caber mais, mas ao mesmo tempo deixe o mínimo de ar possível dentro.

Durante a primeira semana, abra os frascos por poucos minutos duas vezes ao dia. Movimente as flores e ramos no pote com cuidado para substituir o ar.  Fique atento aos sinais de transpiração, que resulta da eliminação do restante de umidade interna dos botões. Se notar gotículas de água no frasco, retire as ervas e deixe secar ao ar livre por algumas horas antes de retorná-las para o frasco. O excesso de umidade durante o processo de cura das ervas vai levar a podridão.

Confira um passo a passo do processo de cura para melhorar as plantas

Coloque as plantas em frascos alocados em locais frescos e escuros por no mínimo um mês para permitir a maturação. O ideal é que o processo de cura seja longo, o que termina em sabores mais agradáveis. Assim, é ideal abrir e fechar o frasco para renovar o ar.

É indicado guardar as plantas em recipientes hermeticamente fechados e opacos, de preferência com tampas vedadas com borracha. Assim, menos luz entra no espaço.

É importante não encher os potes ou vidros, permitindo a permanência de oxigênio no espaço necessário para a cura.

Uma vez por semana ou a cada dez dias abra os potes por alguns segundos, mexa-os e logo feche novamente. Assim é possível renovar o ar sem que o excesso de oxigênio envelheça as plantas.

Um simples teste pode dizer se suas ervas já podem ser consumidas: dobre um dos ramos e observe como ele quebra. Ele precisa estar quebradiço, mas não pode estar frágil. Ao quebrá-lo, as duas partes precisam separar-se facilmente. Os botões devem estar bem secos, mas não quebradiços. Faça a prova do seu produto, esta é a única maneira de saber se você já alcançou o estágio final da maturação.

Tenha em mente que curar ervas é como envelhecer vinhos, o tempo é o responsável por produzir os melhores exemplares.

Showing 2 comments
  • wash Junior

    Informações muito importantes , pois oque todos queremos e o melhor resultado e a melhor qualidade, de nada adianta executarmos todos os processos durante o siclo e pecar no final , para mim uma boa cura é seguir todos os passos sem sobra de duvida que o resultado final e muito satisfatório o Boved faz toda diferença no processo de maturação das flores, valew pela dica Família Green Power!!!

  • Elias

    Maravilha

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