Treino de plantas: Por que e como fazê-lo? (parte 2)
Treino de plantas pode até parecer algo estranho. Mas a verdade é que atualmente o treinamento é muito utilizado para atingir a maior produtividade possível. Sabemos que se deixadas por crescer sozinhas, as plantas atingirão certo tamanho e também darão brotos e flores. A diferença aqui é quanto ao rendimento da produção.
Existem dois tipos principais de treinos e ambos dependem do plantio ser indoor ou outdoor. Os tipos são: Treinos de Baixo Estresse (LST) e Treinos de Alto Estresse (HST).
Dando continuidade à série, depois de tratarmos dos Treinos de Baixo Estresse (LST), apresentamos a seguir os Treinos de Alto Estresse (HST), aquelas técnicas mais utilizadas por cultivadores outdoor e com cultivos maiores.
Treino de plantas de Alto Estresse (HST)
Os Treinos de Alto Estresse (em inglês, HST) normalmente exigem menos materiais e também menos tempo. É fortemente recomendado que os HST sejam realizados apenas no estado vegetativo da planta, afinal ninguém pensaria em estressá-la durante a floração, não é mesmo? Há alguns registros da realização destes treinos ainda no início da floração, mas jamais após esse breve período.
Como o próprio nome induz, os Treinos de Alto Estresse são um conjunto de técnicas que envolvem causar certo estresse às plantas e a partir disso, aumentar o rendimento da colheita. Mas por que o estresse pode nos ajudar a colher mais flores?
Já sabemos que pessoas colocadas em situação de estresse, até certa “dose saudável”, reagem tornando-se mais motivadas e resilientes. Estudos do ramo da psicologia também indicam um aumento na atividade cognitiva em indivíduos expostos aos hormônios liberados pelo estresse. O mais importante a ser ressaltado é que, em tudo na vida, deve haver equilíbrio!
Pessoas submetidas a muito estresse ou a um estresse prolongado tornam-se mais suscetíveis a doenças, inclusive depressão. Assim como nós, as plantas também são seres vivos e, na natureza, situações como incêndios, secas e intensa variação climática são bastante comuns. Os maiores saltos evolutivos são concebidos em populações que estão passando por certo estresse ou instabilidade, afinal a necessidade de adaptar-se para sobreviver é praticamente o que move o mundo.
Topping
Considerada a técnica mais básica, Topping consiste em cortar ou arrancar a parte superior da planta, fazendo com que os brotos superiores se transformem em dois novos ramos, onde cresceria apenas um. É como se na natureza algum animal mordesse o topo da planta e ela precisasse se recuperar para sobreviver.
O corte pode ser repetido durante todo o ciclo vegetativo e resultará numa planta bem arredondada e saudável se realizado de maneira correta. Esse estresse durante o crescimento treina a planta para chegar a sua máxima densidade e florescer, e tudo que você precisa são as próprias mãos ou uma tesoura de poda.
FIMing (conhecida como “Fuck I Missed”)
Esta já é uma técnica que envolve um pouco mais de atenção por ser mais complexa. Ao invés de remover a parte superior, deve-se cortar (e nesse caso necessariamente com o auxílio de uma ferramenta) apenas metade do topo. Daí vem o nome, pois parece que você perdeu essa pequena parte da planta.
A FIM pode resultar em 4 novos ramos. Por não ser um corte limpo no caule e sim de apenas uma parte, a execução desta técnica pode deixar sua planta mais propensa a infecções então deve ser realizada com bastante cautela. Além disso, também é um processo mais demorado, mas fazê-lo quando a planta está há poucas semanas no estado vegetativo pode ser muito benéfico no aumento da produtividade.
Super Cropping (mutilação)
A Super Cropping também é uma técnica bastante agressiva e estressante e tem o intuito de danificar o tecido interno do caule mas sem rompê-lo. Deve ser feito ainda no estado vegetativo, mas quando as plantas já tiverem amadurecido com ramos saudáveis. Você deve agarrar o galho que deseja quebrar e então apertá lo entre o dedo indicador e polegar no local onde irá dobrá-lo.
Em seguida, deve-se enrolar e contorcer o caule entre os dedos mais ou menos por 10s ou até que ele esteja macio o suficiente para dobrar, mas sem quebrar. Aí é só amarrar utilizando hastes específicas para o método. Esse método dará ao restante da planta mais exposição à luz.
Privação de Luz e UV-B
Alguns cultivadores outdoor em locais de clima temperado utilizam o método da privação de luz, cobrindo as plantas com um material a prova de luz por até 12h ao dia. Isso tudo para entrar no estágio de Floração com mais força. Entretanto, se optar por esse técnica, deve-se estar atento pois as plantas estão sujeitas a superaquecer e também estão mais propensas ao crescimento de fungos (devido a alta umidade). Se não realizado de maneira correta, pode danificar e prejudicar o rendimento da planta.
A outra técnica de Alto Estresse envolvendo a luz refere-se a expor a plantação a luz ultravioleta no espectro B (280-315nm). As plantas quando expostas à essa iluminação buscam se proteger dos raios UV-B e fazem isso produzindo até 28% mais THC e resinas. Ainda não há explicações precisas do porquê o THC auxilia na proteção da planta e também não foi observado aumento nos níveis de CBD.
Atenção! Essa radiação é extremamente prejudicial aos seres humanos e é responsável por causar câncer e queimaduras.
Está na dúvida sobre quais técnicas aplicar?
Lembra-se que o mais válido é oferecer a sua planta o melhor ambiente e os melhores nutrientes possíveis para que ela possa se desenvolver. Doses controladas de estresse são muito saudáveis mas por serem técnicas mais invasivas é importante estar bem atento e acompanhar de perto seu Grow. Além disso, é válido ressaltar que plantas cultivadas com técnicas de Baixo Estresse costumam gerar flores com padrões mais unificados tanto externamente quanto em seus compostos.
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