O que fazer quando a planta apresenta deficiência de crescimento
Um leitor do blog da Green Power, por meio do canal colaborativo O que fazer quando, enviou uma dúvida a respeito do crescimento de uma das suas plantas. Diz ele que identificou uma deficiência que acabou por estagnar o desenvolvimento da planta. E o mais curioso, segundo ele, é que outra planta, transplantada na mesma época e seguindo os mesmos procedimentos (mesmo solo, adubo, rotina de rega…), está bem grande, sem problemas aparentemente. Diante disso, o leitor pergunta: “Há algo para fazer ou simplesmente a planta não vingou?”.
A resposta para esta pergunta inclui uma identificação dos fatores que causam a deficiência no desenvolvimento da planta, passa pela análise sobre o problema e termina explicando o que pode provocar a diferença entre plantas que passam pelos mesmos procedimentos. Confira.
O que pode causar a deficiência no desenvolvimento da planta
Normalmente a deficiência no crescimento das plantas está associada com alguns dos chamados “fatores limitantes de crescimento”. Os erros mais comuns envolvendo esses fatores são acesso à pouca luz, excesso de nutrientes na terra, baixa quantidade de dióxido de carbono, muita água e temperatura desregulada.
A temperatura é o principal fator limitante do crescimento. Diferentemente da maioria dos animais (mamíferos, por exemplo), as plantas não regulam sua temperatura interna e dependem do meio para estarem em equilíbrio térmico. Para identificar o problema, você pode observar a aparência das plantas e concluir que estão sofrendo algum estresse.
Por exemplo, como já destacamos no blog da Green Power, folhas amareladas e murchas indicam excesso de água, enquanto que folhas mais finas e frágeis (até translúcidas) são um indicativo de pouca iluminação. Mas, em geral, o cultivador que conhece seu grow sabe quando algo está errado, e a partir daí também pode-se, por exclusão, concluir qual o problema.
Como resolver o problema de deficiência no crescimento
A resolução do problema de deficiência de crescimento e desenvolvimento da planta depende de cada situação. Se identificado um problema com algum dos fatores limitantes citados acima, o primeiro passo é simplesmente reorganizar a rotina. Dificilmente você terá deixado suas plantas passarem por um estresse tão grande antes de perceber. Então é raro esses problemas serem irreversíveis ou já terem afetado as funções metabólicas a ponto de estagnação total de crescimento.
Por isso, a dica é fazer algumas leituras para identificar o problema e procurar a growshop Green Power para adquirir os elementos necessários para a solução. É preciso paciência porque a retomada do crescimento pode não ocorrer de forma tão rápida quanto o desejado. Mas irá ocorrer.
Tanto os problemas relacionados com a clonagem, transplante e germinação quanto os que envolvem desregulação hormonal geralmente não são reversíveis ou a reversão depende de um investimento mais alto e complexo do que seria começar do zero. Logo, no caso de não encontrar um problema com os fatores limitantes, é mais recomendado optar por recomeçar o plantio.
O que explica a diferença entre plantas
Neste caso apresentado pelo leitor do blog da Green Power, chama a atenção a observação feita por ele sobre ter outra planta, cultivada do mesmo modo que a que apresenta problemas, mas que está bem grande. Sobre isso, considerando que as plantas recebem exatamente o mesmo tratamento de solo, a primeira questão é garantir que também recebam a mesma iluminação.
Às vezes um dos vasos está mais próximo das lâmpadas, ou há algo provocando sombra sobre parte do grow. Problemas com deficiência de iluminação são comuns e às vezes os cultivadores nem imaginam que uma pequena diferença na angulação entre um vaso e outro pode ocasionar uma deficiência no crescimento de uma das plantas.
Problema no transplante
Se esse não for o caso, e a iluminação estiver adequada, podemos sim partir para a ideia de que algo tenha acontecido no transplante. A clonagem, transplante e germinação são etapas delicadas e algum estresse, mesmo que superficial, nesse momento pode trazer consequências para o crescimento da planta no estado vegetativo.
Deficiência nos hormônios
Ainda assim, caso o processo todo tenha sido praticamente igual para as duas plantas, a opção restante mais válida é de uma deficiência nos hormônios de crescimento da planta. As auxinas, giberelinas, citocininas, entre outros hormônios do crescimento, atuam guiando e direcionando o crescimento de partes específicas da planta. Alguns destes hormônios são utilizados diretamente onde foram produzidos e outros transportados pelo xilema ou floema.
Inúmeras deficiências relacionadas a esses hormônios, ou ao transporte deles (e de nutrientes em geral) podem provocar a estagnação ou outros problemas no desenvolvimento da planta. Isso pode sim acontecer por mero “azar” com qualquer semente por causa de uma má formação em alguma etapa – desde a combinação genética que gera os “códigos de instrução” para a produção desses hormônios até a formação secundária das redes vasculares.
Mas e se as plantas são clones, ou seja, geneticamente iguais? Mesmo neste caso, há uma série de eventos pós-diferenciação que podem fazer alterações genéticas, epigenéticas ou bioquímicas e provocar diferenças no crescimento de plantas clone.