Entrevista com Rogério Teiji Hirata – Geômetra Nova Arte
Para quem ainda não o conhece, Rogério Teiji Hirata, fizemos umas perguntas ao artista.
1. Há quanto tempo você vem trabalhando com arte e como começou? Houve algum marco que o inspirou inicialmente?
Decidi mesmo trabalhar com arte por volta do ano de 2004, muito inspirado pelo PsyTrance e por minhas experiências com cogumelos Psilocybes cubensis. Sei que ambas as coisas são tabu, e é arriscado expor isso pra quem não está aberto a conhecer outros modos de viver além do aceito e considerado como normal. Mas não dá pra conversar desse início sem passar por isso.
2. Conte um pouco mais sobre o Projeto Geômetra Nova Arte. Há quanto tempo está em execução? Como surgiu a ideia e a parceria com outros artistas?
O que marca o início desse projeto é um trabalho que realizei junto com Cesinha na pista do UP#7 (Bicho-do-Coco). “Geômetra” foi o nome que demos praquilo que nos guiou durante essa viagem. “Energia”, “espírito”, “inconsciente”, “entidade”, não nos importavam as definições, mas sempre fomos respeitosos e honestos com a experiência. Por isso, o nome “Geômetra” ficou muito tempo só entre nós e pessoas muito próximas. Sobre as parcerias com outros artistas, isso sempre se deu de forma natural, graças aos festivais que encaram o desafio de convidar um grupo forte de artistas pra compor a pista.
3. Quantas festas e festivais você já decorou? Conte um pouco sobre o processo de criação das estruturas nos eventos, planejamento, improvisos e os resultados inesperados.
Eu estimo ter decorado cerca de 250 eventos, entre festivais e festas open air e in door, por enquanto tudo pelo brasil. Sobre a forma como se dá o processo todo, é muito particular pra cada caso, mas normalmente tento garantir autonomia e liberdade pra executar o que quero. Quase sempre tenho dificuldades em explicar o que pretendo fazer, e peço confiança. Mas é nesse espaço que se abre entre o compromisso, a incerteza e a ação, que muita coisa acontece. E eu não sei explicar o que é.
4. Muitas de suas obras são composições geométricas inspiradas na Série Fibonacci. Fale um pouco sobre como surgiu essa inspiração e sua relação com a psicodelia.
Série fibonacci, proporção áurea, cubo de metatron, flor da vida, são conceitos que surgiram ao longo do tempo, da opção de alguns seres humanos em olhar e viver o universo de determinada forma. Não é a forma dominante na sociedade hoje em dia, então esse conhecimento flui por meios alternativos e marginalizados, entre pessoas esquisitas e desencaixadas. As experiências psicodélicas são um dos portais contemporâneos para todo esse conhecimento ancestral, pq reúnem pessoas em busca de redescobertas e de novos modos de vida.
5. Além das telas e panos, quais outros tipos de materiais que você já transformou em arte? Algum material inusitado?
Fora das pistas já fiz coisas com madeira, papel, parede, peças de porcelana, luminárias, caixas de pizza, já pintei até lixo dentro de caçambas.
6. Quantas exposições? Onde estão as obras hoje?
Foram cerca de 10 exposições ao longo desses anos, entre coletivas e individuais. As obras estão em sua grande maioria comigo, familiares e amigos próximos no Brasil e Europa. Em Florianópolis SC, a green power mantém uma exposição permanente de trabalhos meus em sua loja.
7. Suas obras já foram enviadas para fora do país?
Sim, em 2013 participei de uma coletiva no Japão com a obra “mandala”, uma serigrafia fluorescente em papel de arroz.
8. Quais são os planos futuros para o Geômetra Nova Arte?
Tenho planos de continuar nas pistas de PsyTrance com projetos mais complexos, e que envolvam outros artistas e equipe. Paralelamente, vou me aprofundar nas pinturas geométricas e no design de luminárias. Também estou buscando parcerias pelo Brasil, para materializar uma ideia que já vem amadurecendo faz um tempo. Mas isso ainda não posso revelar…
Site do artista:
https://geometranovaarte.com/
Link do evento:
https://www.facebook.com/events/798250593539658/